“Para que o amor possa unir os contrários na alegria, não é preciso que os suprima e os anule.” Nietzsche
- Rui Miguel
- 19 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de jul. de 2024
Por: Rui Miguel Trindade dos Santos
Quando eu ouvi pela primeira vez a teoria que os relacionamentos afetivos e amorosos fisicamente seriam substituídos por sexo virtual, achei que ouvia uma grande especulação utópica sobre até onde iriam as consequências do avanço tecnológico e consequentemente suas redes sociais. Mas posso garantir que subestimei sua previsão mais que assertiva. Pois, qual ser humano que daria preferencia para fazer sexo através de uma tela ao invés de estar fisicamente com a pessoa que ama?
É um absurdo pensar que isso já está acontecendo hoje. Eu sei que desde que a internet é internet ou o mundo é mundo a pornografia já existiam. Hoje nas redes sociais os jovens, principalmente, estão se relacionando com pessoas que elas nunca viram pessoalmente. Alguns conversam horas e horas por dia e mantem um relacionamento de mais de cinco anos. E chega ao ponto de considerarem oficialmente namorados ou comprometidos. E isso é normal. Quer dizer, as pessoas hoje se acostumaram tanto com as redes sociais e o fato de não precisar se expor, que é normalmente aceitava que falem que se amam profundamente sem mesmo um ter sido tocado pelo outro.
E eles aceitaram essa ideia. Você fica de um lado da tela e eu do outro. Nós conversamos, mantemos uma fidelidade virtual e física e praticamos sexo pela câmera do celular. Cada um se satisfazendo egoisticamente do jeito que dá mais prazer. E caso você se entedie com o seu namorado ou namorada, basta apenas bloquear. Não precisa se preocupar em ensaiar um discurso para o término da relação ou mesmo ficar preocupado da pessoa ficar com raiva ou depressiva. Basta apenas bloquear.
Os jovens se tornaram imeidiatistas. Uma pessoa da geração Z quando nota que o Uber que ele solicitou tem previsão de chegada de 8 minutos, esse jovem cancela a viagem por que não suporta esperar tanto tempo. O amor também se torna imediatista. Se não atendar as as minhas necessidades de afeto eu passo para outra.
Existe um grande problema com a nossa próxima geração que precisa ser destacada. Os jovens hoje não estão sendo preparados para o mundo lá fora. Preferem ficar nas redes sociais, onde dependendo de quantos seguidores ou quantas visualizações tenham medirá a sua popularidade. Não precisa sair de casa para ter um relacionamento concreto com ninguém. Se isolam do mundo real e quando precisam realmente encarar os fatos e problemas entram em um caminho sem volta de tristeza, depressão e panico.
Será que realmente os jovens ou adolescentes tem culpa nesse tipo de comportamento? Temos que considerar em que épocas essas crianças estão nascendo. Nós, e eu incluo eu mesmo, nascemos em uma geração diferente. Fomos criados de forma diferente. Não tivemos uma celular para nos educar. Não tivemos uma I.A para responder a todas as nossas perguntas. Essa geração chamada "Geração Z" nasceu com a tecnologia. Essa geração nasceu com um celular em suas mãos. E alguns pais ainda utilizam o celular como babá para afastar a criança de problemas ou mesmo para deixar o filho quieto enquanto eles se ocupam com coisas mais importantes.
Eu não sou um antiprogressista. Eu acredito que a tecnologia tem o objetivo de nos ajudar. Acredito que através dela vamos aumentar em muitos anos a nossa expectativa de vida e torço por isso. Apenas tenho um pouco de medo que ela seja mal direcionada e acabe afastando as pessoas do que sempre nos uniu: O calor humano e a valorização do próximo.
Rui Miguel Trindade dos Santos

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