Não se preocupe com o que os outros pensam de você
- Rui Miguel
- 19 de jul. de 2024
- 5 min de leitura
Por: Rui Miguel Trindade dos Santos
Estava em casa um dia desses sem fazer nada e recebi a visita de um casal de amigos meus. Convidei eles para entrar e acabamos conversando um bom tempo. Como já estavam me visitando a mais de uma hora resolvi fazer um café e alguns quitutes para acompanhar.
Como me ausentaria por alguns instantes, decidi ligar a televisão para se distraírem enquanto eu mostrava meus dotes culinários. Na mesma hora que eu liguei a TV, percebi que estava passando um seriado americano que eu aprecio muito e acho o mais engraçado de todos. O nome desse seriado é “The big bang Theory”. É um seriado americano e engraçadíssimo, com piadas inteligentes e muito bem escrito. Perguntei a eles se eles conheciam ou já tinham assistido aquele seriado. Eles responderam negativamente. Então deixei-os assistindo, sabendo que iriam achar muito engraçado. Fui para a cozinha e depois de 10 minutos eu não tinha ouvido nenhuma risada. Calculei que eles não estivessem entendendo bem as piadas. Enquanto eu estava absorto no meio desses pensamentos, os meus convidados começaram a dar risadas altas e constantes.
Pensei: - “Agora começaram a entender!”.
Quando voltei à sala. notei que eles não estavam vendo mais o seriado que indiquei. Eles tinham trocado de canal e estavam vendo o filme do Mazaroppi. Um filme bem antigo que estava passando no Canal Brasil.
Esse acontecimento simples me fez pensar no quanto nós somos diferentes. Não adianta tentar empurrar uma opinião ou um certo gosto ou preferencias. Cada um tem a sua opinião e interesses e temos que respeitar isso. Às vezes tomamos atitudes para agradar aos outros e deixá-los felizes e acabamos fazendo coisas que não nos agradam por medo do que os outros vão pensar.
Já notou quantas decisões você toma no seu dia baseadas no que os outros vão pensar e não no que é realmente bom para você? Tem medo de engordar com medo dos outros repararem. Possui um celular caro, mesmo que não use metade das funções porque tem vergonha do que os outros vão pensar.
O mesmo acontece quando uma pessoa pobre começa a ganhar dinheiro e muda de status social. Ela muda o seu linguajar, o seu modo de vestir, o seu modo de ser para se encaixar naquele tipo de status ao qual ela agora pertence. Tudo isso é aceitavelmente normal e não podemos criticar, pois se tivéssemos a oportunidade, agiríamos do mesmo jeito. Somos engolidos pelo tipo de sistema de que fazemos parte. É normal mas não deixa de ser errado.
Relaxa!
As coisas se tornam um problema quando você deixa de fazer o que pode e deve por medo do que os outros vão pensar. Seu objetivo é que todos falem bem de você, que ninguém fale mal. Quer que todos te amem e te achem a pessoa mais fantástica e simpática que elas conhecem. Precisa dessa afirmação porque você mesmo não acredita nisso. Mas aprenda uma coisa com a vida: Independentemente de como aja ou do que faça, sempre, eu digo, sempre existirão pessoas que falarão mal de você, que vão te criticar por certas atitudes. Mas você não aceita isso e se pergunta: - “Como ele pode falar isso de mim? Como ele pode ter a petulância de me criticar?”
Nesse momento na sua cabeça sem personalidade, volúvel e vazia, você resolve aceitar as críticas e tenta agradar a essas pessoas fazendo o que elas acham correto. Quando decide fazer isso você é elogiado, mas então surge o dobro de pessoas falando mal de você em virtude daquela sua nova declaração. No final voce não agradou a ninguém e não fez aquilo que gostaria de ter feito. Conhece a história do menino, do velho e do burro? Para quem não conhece, vou contar:
Um velho resolveu vender seu burro na feira da cidade. Como iria retornar andando, chamou seu neto para acompanhá-lo. Montaram os dois no animal e seguiram viagem. Passando por umas barracas de escoteiros, escutaram os comentários críticos: “Como é que pode, duas pessoas em cima deste pobre animal!”. Resolveram então que o menino desceria e o velho permaneceria montado. Prosseguiram. Mais à frente havia uma lagoa onde algumas velhas estavam lavando roupa. Quando viram a cena, puseram-se a exclamar: “Que absurdo! Explorando a pobre criança podendo deixá-la em cima do animal!”. O velho e o menino trocaram então suas posições.
Prosseguiram seu caminho quando algumas jovens, sentadas na calçada, externaram seu espanto com o que presenciaram: “Que menino preguiçoso! Enquanto este velho senhor caminha, ele fica em cima do animal. Tenha vergonha!”.
Diante disto, o menino desceu e desta vez o velho não subiu. Ambos resolveram caminhar, puxando o burro.
Já acreditavam ter encontrado a fórmula mais correta quando passaram em frente a um bar. Alguns homens que ali estavam começaram a dar gargalhadas, fazendo chacota da cena: “São mesmo uns idiotas! Ficam andando a pé, enquanto puxam um animal tão jovem e forte !”.
O avô e o neto olharam um para o outro, como que tentando encontrar a maneira correta de agir. Então ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas.
Além de divertida, esta fábula mostra que não podemos dedicar atenção irracional para as críticas, pois estas acontecerão sempre, independente da maneira como reagimos.
Sempre vai haver alguém falando mal.
Muitas vezes ouço pessoas que fazem sua vida na internet e ganham dinheiro por sua exposição a tal. Em um dado momento se sentem deprimidas, tristes, e revoltadas por uma crítica impiedosa que receberam em um comentário em suas redes sociais. Mesmo que a proporção seja de uma crítica para mil elogios. A pessoa foca naquilo, naquele comentário maldoso e não os aceita. Pois para nós, seres egocêntricos, temos que agradar a todos.
Melhor dizendo, queremos que todos nos admirem. Queremos que todos nos aceitem do jeito que somos e não suportamos receber críticas ou saber que alguém não concorda ou não aceita o que falamos. Queremos que todos aprovem o que fazemos, mas amigos, isso nunca vai acontecer.
Então não viva a vida de outros. Não pratique atos que os outros querem que você pratique. Não tenha uma personalidade fraca, infeliz e inconstante apenas para ser aceito por quem você não conhece.
Não deixe que pessoas que você nunca viu na sua vida digam o que você deve ou não deve fazer. Não deixe que uma pessoa que você não conhece acabe com o seu dia por causa de um comentário. É ridículo.Esse desconhecido conseguirá moldar a sua mente sem ao menos te conhecer.
Faça tudo aquilo que você ache certo, que vai ser de benefício para você e não deixe que pessoas ou comentários depreciativos o incomodem, porque sempre, em todas as escolhas que fizer na sua vida, em todas as decisões que tiver de realizar no seu dia, em todas os rumos que tomar, sempre vai haver pessoas que lhe criticarão ou te depreciarão por isso. Isso é certo e inevitável. Não se acostume a usar o fatalismo. O fatalismo é só um mecanismo para voce sobreviver.
Acostume-se.
Mantenha o foco e saiba que quando você toma decisões baseadas em opiniões de outros, por todas as consequências quem irá pagar será você e não eles. Então faça aquilo que é certo e mantenha sua opinião. Siga o seu caminho e não deixe as críticas lhe frearem, mas use-as como incentivo para lhe dar forças e concluir de maneira certa seus objetivos.
Se vivermos sempre em prol dos outros, nossa felicidade dependerá da aprovação de alguém e nunca seremos verdadeiramente felizes porque a crítica e o conselho sempre serão formas de nostalgia fracassada de outrem que insistimos em repetir em nossas vidas.
Rui Miguel Trindade dos Santos

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