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Invertendo os valores errados. "Eu não sei o que quero ser, mas sei muito bem o que não quero me tornar" Friedrich Nietzsche

Por: Rui Miguel Trindade dos Santos


Ontem ao ver o noticiário da TV, o repórter estava entrevistando um policial que ensinava a sociedade a como lidar e quais os procedimentos que nós, cidadãos, temos de tomar para não chamar a atenção de ladrões na rua.


Isso é um absurdo!!!


Estamos invertendo todos os valores. Eu que sou um cidadão que paga os meus impostos, que junta dinheiro todo o santo dia para poder ter ao final de 3 ou 4 meses o poder para comprar um celular de última geração, eu, que pago pela segurança da sociedade, assim como todos os que pagam impostos; eu não posso andar na rua com o meu celular? Quer dizer, pra que serve um celular se não posso usar na rua? Nesse caso o meu celular ficaria em casa e assim não cumpriria seus propósitos móveis e viraria um telefone fixo.


Em suma, quero dizer que os policiais deveriam dizer o seguinte para os ladrões que tentarem roubar alguém:


– Tomem cuidado, fiquem de olhos abertos, pois caso tentem assaltar alguma pessoa ou furtar, nós vamos estar ali para prende-los e voces irão sofrer as consequências pelos seus atos, pois estão infringindo a lei.

Essa é a frase correta. Mas não. O policial me instrui a como esconder o meu aparelho novo para que o ladrão não possa me roubar.


Entenderam que os valores estão totalmente invertidos?


Isso me remete a uma situação que passei com o meu carro. Era o anoitecer de um sábado quando sozinho  estava indo para o shopping  e antes que eu chegasse ao destino, passei distraidamente em um buraco e o pneu furou. Abro o porta-malas, lógico, para pegar o step. E onde ele está?


- Não sei - Estou procurando até hoje.


A noite já havia caído. Eu estava próximo a uma comunidade um pouco perigosa. Comecei a ficar com medo. Depois de uns 20 minutos em que estou esperando o reboque da seguradora, aparece no início da avenida uma camionete da polícia. Fiquei bem mais tranquilo, pois nesse momento, sozinho, no breu de uma avenida eu já estava apavorado. Então fiquei feliz, pelo menos acredito que os policiais ficarão comigo até o meu reboque chegar, o que não iria demorar mais que 10 minutos. Foi então que o carro da polícia se aproximou. Um dos policiais abaixou o vidro e proferiu as seguintes palavras eloquentes e informativas:

– Senhor? Cuidado!!! Não fica parado aí não, pois a área aqui é perigosa.


E enquanto pronunciava esses dizeres, o carro da polícia foi passando por mim e foi embora.


O que ele estava pensando? Que eu parei ali para fazer um piquenique? Ou que estava parado naquele lugar sombrio porque eu gosto de coisas esquisitas e de ficar sozinho a beira da estrada com o capô do carro aberto? Os sinais não estavam muito claros para perceber que eu estava precisando de ajuda? Não precisava ser nenhum Sherlock Homes para desvendar isso.


O que me indigna é que nós seres humanos estamos nos acostumando ao que é ruim, ao que é mal, invertendo os valores, negligenciando certezas e verdades que deveriam ser absolutas, renunciando a direitos explícitos de viver. Nós estamos esquecendo de lutar pela nossa liberdade, pois como alguns dizem, que quando vieram mundo o mundo já estava assim, então quem sou eu para mudar esses padrões. Se todo mundo segue esse rebanho, não sou eu que vou ser a ovelha negra, correto?


Esse é o tipo de mentalidade medíocre.


Uma mentalidade de costumes que aceita o que a vida lhe dá, não que isso seja ruim, de maneira alguma. Mas muitas vezes a vida nos dá o que nós entregamos a ela.


A vida é muito boa e muito curta para ser tão insignificante. Para voce passar tempo aqui e não fazer diferença para nada ou para ninguém. E eu não estou falando de fama ou fortuna. Estou falando de fazer a diferença, de mudar no mínimo um grão de lugar.  Quando nos acostumamos com o que é irreal e deixamos ser guiados pelo mal, estamos explicitamente concordando com essas decisões.


Mas o mais importante não é a ação de mudar mas sim a estagnação de aceitar isso como normal. Eu sei que ninguém vai sair por aqui tentando prender ladrões de celulares, ou fazendo justiça ao Deus dará. Mas o que eu quero salientar que não devemos nos acostumar com a questão que, nós que estamos certos e fazemos as coisas certas, que devemos nos esconder. Isso é absurdamente inaceitável.


Como podemos fazer isso ou como os governantes irão se situar nessas situações, eu sinceramente não sei. Apenas acredito que quando voce não questiona mais nada, a sua vida perdeu completamente o sentido e o que te vale agora é a morte, pois pior do que  a putrefação da carne é a falta de alegria de espírito para viver uma vida que vale a pena.


Rui Miguel Trindade dos Santos


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