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HAMLET 2.0 E se Hamlet de Shakespeare fosse nos dias atuais...

Por: Rui Miguel Trindade dos Santos




**Ato I, Cena I**


Noite. Uma área residencial de classe média alta em São Paulo. Em frente a um condomínio de luxo, Bernardo, um vigia noturno, conversa com Marcelo, um colega de turno. Horácio, amigo de Hamlet, também está presente.


**Bernardo:** (assistindo ao portão do condomínio)

Então, percebeste alguma coisa estranha nas últimas noites?


**Marcelo:** (coçando a cabeça, atento)

Sim, Bernardo. Tem algo de estranho acontecendo aqui. Eu vi algo na madrugada, mas pensei que fosse só cansaço.


**Horácio:** (rindo, tentando ser cético)

Ah, Marcelo, não me diga que está com medo de sombras. O complexo está bem seguro.


**Bernardo:** (sério)

Ouça, Horácio. Não é só Marcelo que tem visto. Eu também vi uma figura estranha vagando aqui perto da portaria nas noites passadas. Parece... parece com o seu pai, Hamlet.


**Horácio:** (parando de rir, agora mais sério)

O quê? O pai do Hamlet? Você está dizendo que viu o pai dele? Mas ele faleceu há pouco mais de um mês!


**Bernardo:** (fazendo sinal de silêncio)

Fique quieto. Ele aparece por volta desta hora. Vamos esperar e você verá com seus próprios olhos.


(Passam alguns minutos em tensão quando, subitamente, uma figura aparece perto do portão, coberta por sombras.)


**Marcelo:** (sussurrando)

Olha lá, Horácio. Está vendo? É o pai do Hamlet!


**Horácio:** (engolindo seco, surpreendido)

Meu Deus... Parece ele! Senhor do céu.


(A figura avança, e um brilho frio de luar ilumina seu rosto. É o espírito de Rei Hamlet, parecendo perturbado.)


**Horácio:** (tremendo)

É de fato ele! O que isso significa? Por que ele vaga por aqui?


(A figura desaparece tão subitamente quanto apareceu.)


**Bernardo:** (olhando para Horácio)

Nós precisamos contar isso para Hamlet. Ele precisa saber que o espírito do pai está vagando por aqui. Talvez ele entenda e possa nos explicar.


**Marcelo:** (assentindo)

Sim, vamos falar com ele. Amanhã, na reunião da família, teremos uma chance.


---


**Ato I, Cena II**


Manhã seguinte. Na sala de estar de um grande apartamento de luxo. Cláudio, agora casado com Gertrudes, a mãe de Hamlet, está em uma reunião familiar. Hamlet está presente, ainda de luto pela perda do pai. Cláudio parece tranquilo e despreocupado.


**Cláudio:** (sorrindo, tentando ser simpático)

Querido Hamlet, precisamos seguir em frente. Faz parte da vida. Devemos nos alegrar neste novo momento da nossa família.


**Hamlet:** (em tom ácido)

Meu tio, seu irmão mal foi enterrado e você já está festejando? É difícil aceitar.


**Gertrudes:** (tentando equilibrar a situação)

Oh, Hamlet, sei que é difícil. Todos nós sentimos a perda. Mas a vida continua, querido.


**Hamlet:** (desabafando)

"Continua"? É fácil dizer quando suas lágrimas mal tocaram o chão. Sinto como se vivesse em um pesadelo.


(Bernardo, Marcelo e Horácio entram na sala, trazendo uma urgência no olhar.)


**Bernardo:** (dirigindo-se a Hamlet)

Hamlet, precisamos falar contigo. Algo aconteceu que você precisa saber.


**Hamlet:** (curioso, mas preocupado)

O que houve? Fale logo.


**Horácio:** (tentando encontrar palavras)

Nós vimos... Nós vimos seu pai. Ele apareceu ontem à noite. É difícil de acreditar, eu sei, mas foi real.


**Hamlet:** (chocado)

Meu pai? Aqui? Horácio, você está me dizendo que o espírito do meu pai está vagando por aqui?


**Marcelo:** (confirmando)

Sim, exatamente como dizemos. Achamos que você precisa ver isso com seus próprios olhos.


**Hamlet:** (determinando-se)

Se o espírito do meu pai está vagando, há algo que precisa ser revelado. Vamos esperar por ele esta noite. Eu preciso saber a verdade.


---


**Ato II, Cena I**


Interior do apartamento de luxo da família de Hamlet. Começamos na sala de estar. Polônio, um velho amigo da família e agora assessor de Cláudio, está conversando com sua filha, Ofélia.


**Polônio:** (preocupado, em tom paterno)

Ofélia, minha filha, você precisa manter-se afastada de Hamlet. Ele está diferente, perturbado. Não pode permitir que essa proximidade te machuque.


**Ofélia:** (inquieta)

Pai, eu sei que Hamlet está passando por um momento difícil, mas eu o amo. E ele precisa de apoio, não de distância.


**Polônio:** (suspirando)

Eu sei, querida, mas você precisa confiar em mim. Há algo mais acontecendo, e precisamos ser cuidadosos.


---


**Ato II, Cena II**


No escritório de Cláudio. Ele está discutindo com Gertrudes e Polônio sobre o comportamento de Hamlet.


**Cláudio:** (exasperado)

Hamlet está cada dia mais estranho. Sua tristeza é compreensível, mas seu comportamento está fora do controle. Precisamos de uma solução.


**Gertrudes:** (preocupada)

Ele parece tão distante. Mal nos dirige a palavra e está sempre murmurando sozinho. Polônio, você tem alguma ideia do que pode estar acontecendo?


**Polônio:** (ponderando)

Acredito que o melhor a fazer é chamar alguns de seus amigos de confiança. Eles podem ajudá-lo a se abrir. Horácio, por exemplo, pode ser uma boa escolha.


**Cláudio:** (concordando)

Sim, concordo. Vamos chamar Horácio e ver se ele consegue entender o que está acontecendo na cabeça de Hamlet.


---


**Mais tarde, no mesmo dia**


Na sala de estar do apartamento. Hamlet entra e é abordado por Rosencrantz e Guildenstern, antigos colegas de escola que foram chamados por Cláudio.


**Rosencrantz:** (animado)

Hamlet, meu amigo! Quanto tempo!


**Guildenstern:** (sorridente)

Como você está, cara? Sentimos sua falta.


**Hamlet:** (desconfiado)

Rosencrantz, Guildenstern? Que surpresa. O que os trouxe até aqui?


**Rosencrantz:** (tentando ser casual)

Apenas queríamos te ver, ver como você está indo nesses tempos difíceis.


**Hamlet:** (olhando-os fixamente)

Vocês foram mandados aqui, não é? Pelo meu tio e minha mãe? Eles estão preocupados que eu esteja fora de controle?


**Guildenstern:** (hesitando)

Bem, eles nos pediram para conversar com você, sim. Mas estamos aqui porque nos importamos.


**Hamlet:** (com um toque de ironia)

Se realmente se importam, não se juntem às conspirações daqueles que buscam me manipular. Mas já que estão aqui, ajudem-me a investigar a verdade sobre meu pai.


---


**Cena seguinte**


Hamlet, Horácio, Rosencrantz e Guildenstern estão reunidos em um café próximo ao condomínio. Hamlet compartilha suas suspeitas sobre Cláudio.


**Hamlet:** (intenso)

Escutem, algo terrível aconteceu. O espírito do meu pai está vagando por aí, buscando justiça.


**Horácio:** (preocupado)

Hamlet, você acredita que seu tio, Cláudio, tenha algo a ver com isso?


**Hamlet:** (determinadamente)

Eu não apenas acredito. Estou certo disso. E vou descobrir a verdade. Preciso que todos colaborem comigo. Vamos montar uma encenação, algo que espelhe a tragédia da morte do meu pai, e ver sua reação.


**Mais tarde naquela noite**


Uma representação teatral está montada na sala de estar do apartamento, disfarçada como uma noite de entretenimento. Cláudio, Gertrudes e os outros assistem enquanto os amigos de Hamlet encenam uma peça que espelha os eventos da morte de Rei Hamlet.


**Ator 1:** (interpretando o Rei)

Ah, me sinto tão fraco... esta bebida! (tomba sobre a mesa)


**Ator 2:** (interpretando um traidor)

Fique em paz, meu irmão. Agora, todo o seu reino será meu.


(Cláudio assiste com crescente desconforto. Hamlet observa cada movimento de seu tio, analisando suas reações.)


**Após a apresentação**


Cláudio, visivelmente perturbado, deixa a sala abruptamente. Hamlet sente que sua suspeita está ainda mais justificada.


**Hamlet:** (sussurrando para Horácio)

Você viu, Horácio? Sua reação não deixa dúvidas. Ele é culpado. Ele tirou a vida do meu pai e agora viverá com essa culpa queimando em seu coração.


**Horácio:** (sério)

Vamos proceder com cautela, Hamlet. Precisamos de provas mais concretas, mas estou contigo.




**Ato III, Cena I**


No apartamento de luxo da família, Gertrudes e Cláudio estão discutindo o comportamento de Hamlet. Polônio sugere que escutem uma conversa entre Hamlet e Ofélia para descobrir mais.


**Cláudio:** (preocupado)

Eu não aguento mais a instabilidade de Hamlet. Precisamos fazer algo antes que ele cause algum dano irreparável.


**Gertrudes:** (abalada)

Ele é meu filho, Cláudio. Não sei o que fazer para ajudá-lo.


**Polônio:** (intervindo)

Majestades, pensei em algo. Vamos deixar Ofélia conversar com Hamlet. Podemos escutá-los discretamente e ver o que ele revela.


**Cláudio:** (aprovando)

Boa ideia, Polônio. Vamos fazer isso.


(Ofélia é mandada a um dos cômodos do apartamento, onde logo Hamlet aparece, envolto em pensamentos profundos.)


---


**Ato III, Cena II**


Hamlet, sozinho em seu quarto, reflete sobre a vida e a morte, questionando tudo ao seu redor.


**Hamlet:** (para si mesmo)

"Ser ou não ser, eis a questão. O que é melhor para o espírito? Suportar os sofrimentos e tormentos de uma vida injusta, ou acabar com tudo de uma vez?"


(Ofélia entra no quarto, interrompendo seus pensamentos.)


**Ofélia:** (gentilmente)

Hamlet, posso falar com você? Estou preocupada.


**Hamlet:** (olhando-a intensamente)

Ofélia! Venha, você parece aflita. O que está acontecendo?


**Ofélia:** (hesitando)

É sobre nós, Hamlet. Sinto que está distante. O que está acontecendo?


**Hamlet:** (levando a mão à testa, frustrado)

Ofélia, o mundo está desmoronando. Não posso mais confiar em ninguém, nem mesmo em mim.


(Ofélia tenta se aproximar, mas Hamlet, em seu turbilhão de emoções, recua.)


**Hamlet:** (abruptamente)

Vá! Vá para um convento! Como pode querer amor e pureza num mundo tão corrompido?


(Ofélia, surpresa e machucada pelas palavras duras, sai correndo do quarto em lágrimas. Polônio e Cláudio, que observavam a conversa de uma sala adjacente, reagem.)


**Cláudio:** (decidido)

Vimos o suficiente. Ele está mais perigoso do que eu imaginava. Precisamos enviar Hamlet a um lugar onde não possa causar problemas. Talvez uma viagem ao exterior o acalme.


**Polônio:** (concordando)

Sim, e enquanto isso, podemos descobrir mais sobre seu comportamento.


---


**Ato III, Cena III**


No escritório de Cláudio, ele está sozinho. Pensa sobre seus crimes e busca redenção.


**Cláudio:** (ajoelhado, em crise de consciência)

O que fiz? Matei meu próprio irmão e agora a culpa me consome. Será que o perdão é possível para um ato tão vil?


(Hamlet escuta a confissão de Cláudio do corredor, mas hesita em entrar e confrontá-lo diretamente.)


**Hamlet:** (para si mesmo)

Agora seria o momento ideal para vingança. Mas matá-lo enquanto reza pode enviá-lo ao perdão. Não. Ainda não.


(Hamlet se afasta, planejando a melhor forma de expor a vilania de Cláudio.)


---


**Ato III, Cena IV**


Gertrudes está em seu quarto. Hamlet entra abruptamente, decidido a confrontar sua mãe.


**Hamlet:** (enfurecido)

Mãe, como pôde casar-se com Cláudio tão rapidamente após a morte de meu pai? O que ele fez para enganá-la?


**Gertrudes:** (tentando acalmá-lo)

Hamlet, você está assustador. O que está acontecendo com você?


**Hamlet:** (intensamente)

Olhe para seus atos, mãe! Você está dormindo no mesmo leito em que meu pai foi traído. Que vergonha!


(Gertrudes, chocada e confusa, tenta justificar-se.)


**Gertrudes:** (em lágrimas)

Eu achei que estava fazendo o melhor para a família, Hamlet. Eu...


(Nesse momento, Polônio, que estava escondido atrás de uma cortina, faz um movimento que Hamlet percebe.)


**Polônio:** (gritando) Meu Deus!


**Hamlet:** (em pânico e defesa)

Quem está aí?


(Hamlet, pensando que é Cláudio, puxa uma arma e atira através da cortina, matando Polônio.)


**Gertrudes:** (horrorizada)

Hamlet, o que você fez?


**Hamlet:** (olhando o corpo de Polônio)

Oh, Deus! O que fiz? Mas mãe, isso só prova que estamos cercados por espiões e traidores.


(Hamlet, angustiado, tenta explicar à sua mãe a gravidade da traição envolta em sua nova união com Cláudio.)


**Hamlet:** (firmemente)

Você precisa ver a verdade, mãe. Cláudio é culpado pela morte de meu pai e agora o seu fantasma não terá paz até que a justiça seja feita.




**Ato IV, Cena I**


Gertrudes, ainda em choque pela morte de Polônio e pela revelação de Hamlet, encontra-se com Cláudio no escritório dele, no apartamento de luxo.


**Gertrudes:** (desesperada)

Cláudio, Hamlet matou Polônio! Ele está fora de controle. Precisamos fazer algo urgentemente.


**Cláudio:** (preocupado, mas calculista)

Isso é mais grave do que eu pensava. Ele precisa ser afastado daqui o quanto antes. Vamos mandá-lo para um retiro no exterior, onde poderá refletir e se acalmar.


---


**Ato IV, Cena II**


Hamlet é confrontado por Rosencrantz e Guildenstern no corredor. Eles estão seguindo ordens de Cláudio sem realmente entender a profundidade da situação.


**Rosencrantz:** (tentando ser persuasivo)

Hamlet, seu tio está preocupado com você. Precisamos que venha com a gente para uma conversa.


**Hamlet:** (desconfiado)

Preocupado, é? Tão preocupado que manda seus espiões para cercar-me? Vocês dois estão aqui para me levar. Não é verdade?


**Guildenstern:** (tenso)

Hamlet, só queremos ajudar. Vamos para o aeroporto. Será bom para você sair daqui por um tempo.


**Hamlet:** (irônico)

Fugir? Nunca. Mas se é uma viagem que querem, que seja. É melhor do que continuar cercado por cobras disfarçadas de amigos.


---


**Ato IV, Cena III**


Horácio, preocupado com Hamlet, vai até o apartamento de Gertrudes para entendê-la melhor.


**Horácio:** (resoluto)

Sra. Gertrudes, preciso saber: como está Hamlet? O que realmente está acontecendo?


**Gertrudes:** (angustiada)

Horácio, não sei mais o que pensar. Ele está tão transtornado. Cláudio quer mandá-lo para o exterior. Acho que pode ser a melhor solução.


**Horácio:** (suspeitoso)

Mandá-lo embora pode não resolver nada. Precisamos de respostas. O espírito do Rei Hamlet apareceu e ainda não temos justiça.


---


**Ato IV, Cena IV**


Ofélia, emocionalmente abalada pela morte de seu pai Polônio e pela rejeição de Hamlet, é encontrada andando pelo jardim do condomínio em estado de desespero.


**Ofélia:** (cantando para si mesma, com uma expressão vazia)

"Uma flor ao vento, uma lágrima ao chão, meu coração partido, perdida em solidão..."


(Laertes, irmão de Ofélia, chega ao condomínio, desesperado ao descobrir a situação familiar.)


**Laertes:** (abraçando Ofélia)

Minha irmã! O que aconteceu? Por que você está assim?


**Ofélia:** (sem reconhecer direito o irmão, delirando)

Laertes, papai se foi. O mundo virou de cabeça para baixo.


**Laertes:** (virando para os seguranças do condomínio)

O que aconteceu com meu pai? Quem fez isso?


**Segurança:** (hesitante)

Foi Hamlet, senhor. Polônio estava escondido e foi... um acidente.


**Laertes:** (enfurecido)

Hamlet vai pagar por isso. Preciso falar com Cláudio. Ele terá que me dar respostas.


---


**Ato IV, Cena V**


Cláudio está no escritório quando Laertes invade a sala, furioso.


**Laertes:** (exigindo justiça)

Cláudio! Meu pai está morto e minha irmã está descontrolada. Como pôde permitir isso?


**Cláudio:** (tentando acalmá-lo)

Laertes, eu entendo sua dor. Estamos todos abalados. Hamlet será tratado. Mandaremos ele para o exterior, para um lugar seguro.


**Laertes:** (ainda furioso)

Isso não é o suficiente. Quero a verdade e justiça para meu pai.


**Cláudio:** (calmo, mas manipulador)

Confie em mim. Hamlet será responsabilizado. Temos que agir com cautela para não causar mais dor à família.


---


**Ato IV, Cena VI**


No quarto de Gertrudes, ela está sozinha, refletindo sobre os eventos recentes quando Hamlet entra.


**Hamlet:** (calmo, mas determinado)

Mãe, preciso saber: você ainda confia em Cláudio?


**Gertrudes:** (confusa)

Hamlet, o que você sugere? Eu não sei o que pensar.


**Hamlet:** (resoluto)

A verdade sempre encontra um caminho. Mesmo que tentem silenciar ou desviar. Farei justiça ao meu pai, custe o que custar.


(Nesse momento, Horácio entra no quarto, trazendo notícias alarmantes.)


**Horácio:** (urgente)

Hamlet, Laertes voltou. Ele está sedento por vingança pela morte de Polônio. E Cláudio está manipulando os eventos contra você.


**Hamlet:** (preparando-se)

Então, Horácio, nosso tempo é curto. Precisamos expor Cláudio antes que seja tarde demais. Vamos buscar a verdade até as últimas consequências.




**Ato V, Cena I**


No cemitério do condomínio, onde coveiros estão preparando o túmulo para Ofélia, que morreu tragicamente. Hamlet e Horácio entram discretamente.


**Coveiro 1:** (cavando e conversando com o amigo)

Você ouviu sobre a moça? Tão jovem, é uma pena.


**Coveiro 2:** (lamentando)

Sim, Ofélia. Dizem que foi o desgosto que a levou.


**Hamlet:** (sussurrando para Horácio)

Pobre Ofélia. Tão delicada como uma flor ao vento.


(Hamlet aproxima-se dos coveiros, curioso e pensativo.)


**Hamlet:** (perguntando)

Quem é a pessoa que será enterrada aqui?


**Coveiro 1:** (sem reconhecer Hamlet)

Uma jovem do condomínio. Morte trágica. Tão triste para a família.


(Hamlet encontra um crânio entre os ossos espalhados e reflete sobre a mortalidade.)


**Hamlet:** (para Horácio, pensativo)

Este crânio... quem era ele? Um pai, um amigo... Mortos, todos nós somos iguais.


(Hamlet então percebe que estão enterrando Ofélia e sua dor se intensifica.)


---


**Ato V, Cena II**


No salão de festas do condomínio, Cláudio organiza um evento ostensivo para desviar a atenção dos recentes acontecimentos. Laertes está presente, ainda furioso, mas controlado para manter as aparências.


**Cláudio:** (sorridente, mas preocupado)

Senhoras e senhores, peço a todos que desfrutem da noite. Faz tempo que não temos momentos de alegria. Vamos tentar esquecer as tristezas por esta noite.


(Hamlet entra, decidido e confiante, com Horácio ao lado.)


**Hamlet:** (ironizando)

Uma festa? Interessante escolha dado os últimos acontecimentos.


(Laertes rapidamente confronta Hamlet.)


**Laertes:** (furioso)

Hamlet! Meu pai e minha irmã estão mortos por sua causa. Eu exijo justiça!


**Cláudio:** (intervindo)

Laertes, tenha calma. Vamos resolver isso de forma civilizada.


**Hamlet:** (desafiador)

Você quer vingança, Laertes? Então vamos resolver isso aqui e agora.


(Cláudio propõe uma competição de esgrima para mascarar suas verdadeiras intenções. Ele planeja que Laertes use uma lâmina envenenada.)


Cláudio e Gertrudes assistem enquanto Hamlet e Laertes iniciam a luta.


**Cláudio:** (para si mesmo)

Tudo sairá como planejado. Hamlet encontrará seu fim.


(Hamlet e Laertes lutam, com Hamlet inicialmente levando a vantagem. Gertrudes, sem saber do plano de Cláudio, bebe do vinho envenenado preparado para Hamlet.)


**Gertrudes:** (gritando após beber)

A bebida! Algo está errado!


**Cláudio:** (tentando disfarçar a preocupação)

Não, Gertrudes, não beba mais.


(Gertrudes cai, envenenada, e Hamlet percebe a traição.)


**Hamlet:** (gritando)

Ela foi envenenada! Cláudio, isso é obra sua?!


(Laertes, em meio à luta, também é atingido pela lâmina envenenada e revela tudo.)


**Laertes:** (com dificuldade)

Hamlet... a lâmina... envenenada... Cláudio me forçou!


(Hamlet, furioso, ataca Cláudio e força-o a beber o vinho envenenado.)


**Cláudio:** (agonizando)

Maldito... Hamlet...


(Cláudio morre. Laertes e Hamlet, ambos envenenados, caem no chão.)


**Laertes:** (com remorso)

Perdoe-me, Hamlet. Fomos todos manipulados.


**Hamlet:** (fraco, mas resoluto)

Tudo isto pelo poder... Gertrudes, meu pai... Descansarão em paz agora.


(Hamlet morre nos braços de Horácio, que promete contar a verdade.)


**Horácio:** (em prantos)

Descansa, meu amigo. A verdade será conhecida.


(O salão está em completo caos. A verdade sobre os planos de Cláudio vem à tona, e a família é finalmente liberta das mentiras e traições que os consumiram.)




*"Hamlet" - Ato VI


**Cena I - No velório de Hamlet**


O salão de festas do condomínio foi transformado em um local de velório para Hamlet. Fotos do jovem e de sua mãe, Gertrudes, estão espalhadas pelas mesas, cercadas de velas e flores. Horácio está presente, acompanhando o cortejo, quando Fortinbrás (atual presidente da associação de moradores e primo distante da família) entra, com um semblante sério.


**Fortinbrás:** (com uma voz firme, dirigindo-se aos presentes)

Hoje, não estamos aqui apenas para lamentar. Estamos aqui para honrar a memória de Hamlet e daqueles que morreram devido às intrigas sujas de Cláudio.


**Horácio:** (emocionado falando para os convidados)

Hamlet foi um amigo leal. Ele lutou com bravura contra a injustiça e a corrupção, e seu sacrifício não será esquecido. Eu prometo que sua história será contada para que todos saibam a verdade.


**Fortinbrás:** (interrompendo)

Precisamos garantir que seus esforços não tenham sido em vão. Prometo de agora em diante governar este condomínio com justiça e transparência, tais como Hamlet gostaria.


(Muitos dos moradores respondem com murmúrios de aprovação, um sentimento de renovação e esperança paira no ar.)


---


**Cena II - No condomínio dos moradores**


Dias se passam e Fortinbrás trabalha arduamente para restabelecer a ordem e a paz no condomínio, convidando todos a participarem das decisões comunitárias.


**Fortinbrás:** (em uma reunião dos moradores)

A transição foi difícil, mas agora, com a ajuda de cada um de vocês, podemos começar a reconstruir. Precisamos de transparência e honestidade em todas as nossas ações.


**Moradores:** (aplaudindo)

Nós acreditamos em você, Fortinbrás! Vamos juntos!


---


**Cena III - No túmulo de Hamlet**


Em um final poético, Horácio visita o túmulo de Hamlet para fazer um último agradecimento ao seu grande amigo. As árvores ao redor do túmulo balançam suavemente ao vento, e o ambiente queima com uma sensação de paz finalmente conquistada.


**Horácio:** (ajoelhado e rezando)

Hamlet, meu amigo, a calmaria que você tanto desejou finalmente chegou. Fortinbrás governa com justiça, e sua história e sacrifício serão relembrados por todas as futuras gerações.


(O espírito de Hamlet parece descansar em paz enquanto Horácio permanece em contemplação silenciosa pelo resto da noite.)


**Horácio:** Descanse em paz, príncipe. Seu legado viverá para sempre em nossos corações.


E no final, tudo é Silêncio.


Rui Miguel Trindade dos Santos


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