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Devem-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência. Oscar Wilde

Atualizado: 18 de jul. de 2024

Por: Rui Miguel Trindade dos Santos


Somos ao mesmo tempo tão parecidos e tão complexos que não conseguimos entender o nosso próximo. Cada um tem sua particularidade, sua excentricidade, uma característica que nos afasta ou nos aproxima.

É nesse ponto que entram o nosso egoísmo e a falta de empatia, seguidas de uma preguiça de amar ao próximo. As amizades normalmente são construídas em bases iguais, em sentimentos iguais ou quando as características de uma pessoa são muito parecidas com as nossas.


E por que isso ocorre? A resposta:


É mais fácil lidarmos com pessoas que concordam com nossos gostos e ideias do que saber lidar com quem tem algumas diferenças que talvez não lhe agradem. Pensa-se: “Ele é gente boa, mas é muito materialista”. Ou, “gostei dele, mas não ando com ele porque é muito brincalhão”. “Não tenho nada contra ele, mas as vezes ele é ignorante, introspectivo, fala pouco, fala demais, é chato, é feliz, é amigo, é frio, não ouve a gente, não gosta de cerveja, não gosta de sair, sai demais, não gosta de cortar a unha do pé, é desorganizado, é chato com a pontualidade, é enrolado...”


E eu penso: “Toda essa diferença não é fantástica?”


Tendemos a nos aproximar de quem se parece conosco porque não nos interessamos em construir uma amizade verdadeira. Somos preguiçosos para tentar descobrir como lidar com o diferente. Somos estúpidos ao ponto de achar que certos tipos de comportamento são um motivo para não conhecermos melhor a pessoa. Benjamin Franklin disse: “Procura nos outros as qualidades que eles possam ter; em ti, procura os defeitos que certamente tens”.


Voltaire disse: “A amizade é um contrato tácito entre duas pessoas sensíveis e virtuosas. Sensíveis porque um monge ou um solitário podem ser pessoas de bem e mesmo assim não conhecer a amizade. E virtuosas porque os malvados só têm cúmplices,  os festeiros, companheiros de farra, os ambiciosos seus sócios, políticos reúnem os partidários ao seu redor, os vagabundos têm contatos, e os príncipes têm seu cortesões – mas só as pessoas virtuosas tem amigos”.


Não quero dizer que você deva ser complacente com as atitudes erradas ou ofensivas de seu próximo. Apenas quero que você entenda que, quando um certo pensamento ou atitude não for condizente com o que você espera, deve-se ter uma reação normal. Você não deve jugar, nem se afastar. Apenas releve.

Somos pessoas diferentes. O modo como eu lido com as minhas amizades, em que alguns momentos estou bem e em outros nem tanto, não quer dizer que não as ame com tamanha intensidade e força que necessite deles ao meu lado, mesmo que eu não demonstre isso. Por isso é tão importante cultivar nossas amizades, dedicando-nos, interessando-nos e envolvendo-nos. Isso leva tempo.


Temos livre arbítrio e escolhemos a amizade que queremos. Somos tão pobres em espíritos e tão moralmente insignificantes que não percebemos que a diferença de personalidade é o que nos faz crescer. É o que nos faz sermos melhores. É o que nos faz ter motivos para sermos liderados, influenciados, corrigidos e enraizar a nossa essência do amor. A invés de fugirmos de amizades que serão muito significantes para nós por causa de um defeito que se apresenta, por que não aprendemos a lidar com nosso próximo?


Não adianta.

Ninguém muda.

Vou repetir. Ninguém muda.


Então, não pense que sua influência mudará a pessoa. Isso não vai acontecer. Aprenda a lidar com os problemas ou defeitos do outro e foque em aproveitar o que ele tem de bom. Todos nós temos nossos defeitos, erros, esquisitices que talvez apenas nós mesmos compreendamos e que não façamos questão de explicar ou justificar. Mas as pessoas precisam te compreender, correto?


Então que isso seja recíproco.


Rui Miguel Trindade dos Santos


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