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A Inteligência Artificial substituirá a Psicanálise?

Atualizado: 18 de jul. de 2024

Por: Rui Miguel Trindade do Santos


Sim eu concordo com tudo isso. Eu poderia acusar a I.A de pegar informações de experiências passadas, que se encontram na internet com todas as bases teóricas e experiencias de clinica e dizer que ele não produz nada de novo, querendo dizer que a I.A não conseguirá no futuro criar novas formas de pensamento em relação a psicanálise. Mas quando eu faço terapias com analisados eu também estou me baseando em dados passados e experiencias já existentes. Não estou produzindo nada de novo.

Isso me faz ver que essas questões de simples memórias ou mesmo de cruzamento de informações complexas para dar em resultado assertivo e ao mesmo tempo objetivo estão com os dias contados a muito mais tempo do que nós imaginamos. Agora eu preciso fazer-me pensar.


Quando eu comparo a minha contextualização do analisado e apresento a I.A, me faz pensar o que eu posso melhorar em relação a sua conclusão (I.A) e a minha. Eu tenho que entender e fazer a I.A trabalhar junto comigo. Que eu preciso incorporar a diferença do comparativo. A negação é uma fantasia. Eu preciso incorporar o que é tecnológico, caso contrário, não bastaria eu dizer: "Eu não gosto da luz elétrica por que acho que a luz de velas são mais amareladas e românticas.' Não importa o que eu ache. A luz elétrica está aí.


Eu não posso também, me tornar um neoludita dizendo que destruindo máquinas eu vou impedir a revolução industrial. A questão que importa pare minha pessoa (O Psicanalista) é: A partir do que nós temos, o que nós iremos fazer?


Um admirável mundo novo, como disse Shakespeare. Em suma, eu preciso lidar com a mudança tecnológica e incorpora-la a sala de análise. Mas a questão, melhor, a questão que as pessoas irão fazer a inteligência artificial, não é se ela pode entende-los, dar prognósticos ou trazer informações de aperfeiçoamento. A questão não é se ele “tem” e sim se ele “é”. Não é a perfeição, mas sim se ele “existe”.


Não precisamos trabalhar com estatísticas, mas hoje, pergunte para uma pessoa com depressão profunda, com ansiedades que culminaram em doenças físicas, pessoas com borderline que necessitam de uma atenção física, sentimental e viva; pergunte a eles se preferem falar com uma inteligência artificial ou com um outro de sua própria raça?


A evolução do I.A é inevitável e necessária, mas a humanidade sempre será dependente do “ser” humano. A psicanalise trabalha com a cura pela fala. Quando você fala, você se ouve. Através da fala encontrará uma solução de como tratar os seus traumas. O profissional está no local apenas para ouvir. Se fossemos pensar de maneira fria e pragmática, nós já deveríamos ter sido substituídos pelos gravadores de voz em fita cassete quando os mesmos foram lançados.


Rui Miguel Trindade dos Santos


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